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Incontinência Urinária

O que é?

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina. Trata-se de uma condição relativamente comum, especialmente entre mulheres, que pode impactar significativamente a qualidade de vida, afetando atividades sociais, profissionais e íntimas.
Apesar de ser mais frequente com o avanço da idade, a incontinência urinária não deve ser considerada normal em nenhuma fase da vida — e tem tratamento.


Tipos de Incontinência Urinária

Existem diferentes tipos, e o diagnóstico correto é essencial para definir a melhor abordagem:

  1. Incontinência urinária de esforço
    Ocorre durante atividades que aumentam a pressão abdominal, como tossir, rir, espirrar, levantar peso ou fazer exercícios. Está relacionada à fraqueza dos músculos do assoalho pélvico ou à mobilidade da uretra.
  2. Incontinência urinária de urgência
    Caracterizada por uma vontade súbita e intensa de urinar, difícil de controlar. Muitas vezes, a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo. Está associada à bexiga hiperativa, onde há contrações involuntárias da musculatura vesical.
  3. Incontinência mista
    É a associação dos dois tipos anteriores — esforço e urgência.
  4. Outros tipos
    Existem também causas menos comuns, como a incontinência por transbordamento (associada à retenção urinária crônica), incontinência funcional (em pessoas com mobilidade reduzida), ou causada por fístulas urinárias.

Causas e Fatores de Risco

  • Partos vaginais, especialmente múltiplos ou com uso de fórceps
  • Menopausa e queda dos níveis hormonais
  • Enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico
  • Cirurgias ginecológicas prévias
  • Obesidade
  • Tosse crônica
  • Constipação intestinal
  • Doenças neurológicas
  • Envelhecimento

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da incontinência urinária é clínico e funcional, realizado por meio de:

  • Entrevista médica detalhada (anamnese)
  • Exame físico ginecológico e avaliação do assoalho pélvico
  • Exames complementares, como:
    • Urinálise (exame de urina)
    • Ultrassonografia das vias urinárias
    • Estudo urodinâmico (quando necessário)
    • Cistoscopia (em casos selecionados)

Opções de Tratamento

O tratamento varia conforme o tipo de incontinência e sua gravidade. As principais abordagens incluem:

1. Medidas comportamentais

  • Treinamento vesical (reeducação do hábito de urinar)
  • Controle da ingestão de líquidos
  • Evitar alimentos irritantes para a bexiga (como cafeína, álcool e cítricos)

2. Fisioterapia do assoalho pélvico

  • Exercícios de Kegel
  • Biofeedback
  • Eletroestimulação

3. Medicações

  • Utilizadas principalmente nos casos de incontinência por urgência ou bexiga hiperativa
  • Incluem antimuscarínicos e beta-agonistas

4. Cirurgias

  • Indicadas nos casos de incontinência de esforço com falha das medidas conservadoras
  • A cirurgia mais comum é o implante de sling uretral, uma faixa que sustenta a uretra e corrige a perda urinária

A incontinência tem solução

A incontinência urinária é uma condição tratável. Muitas mulheres convivem com o problema por anos sem buscar ajuda, por vergonha ou por acreditar que é algo “normal”.
O primeiro passo é procurar um ginecologista ou uroginecologista, para avaliação e definição do tratamento adequado.


Quando procurar um especialista?

  • Se você percebe perda de urina ao tossir, rir ou se movimentar
  • Se tem urgência frequente para urinar ou acorda várias vezes à noite
  • Se evita sair de casa ou fazer atividades por medo de “vazar”
  • Se sente que isso está afetando sua autoestima ou vida sexual